Essa foto foi tirada em Buenos Aires/abril/2011
Quando a velhice chega com toda a sua força, ventanias e nevascas, nos faz virar do avesso e desembarcar nas lembranças. Assim, de volta ao passado caminhando passo a passo pelas fases da vida, encontramos as resposta para a mais simples dúvida que tenha ficado no meio do caminho. O tempo que faz girar a infância, adolescência, adulta e velhice tem intensidades variadas, e eu passei e passo, saboreando uma a uma.
Infância: o imaginário infantil vai além das fadas, dos duendes, dos chapeuzinhos vermelho. Nesse universo de fantasias, somos mães, professoras, aeromoças, artistas, personagens que povoam uma cabecinha repleta de criatividade. O cotidiano transborda alegrias, suor e felicidades com garra de quem tem uma vida inteira pela frente. As brincadeiras são intermináveis, uma plantação de mandioca vira uma verdadeira selva nativa, e base para uma gostosa guerra de mamona. Panelinhas com sementes colhidas da Santa Bárbara, árvore alta e frondosa, forma o arroz e o feijão da comadre. Os dias passam compriiiido, devagarinho, os anos uma eternidade, uma década representa uma vida inteira.
Juventude: A adolescência e a juventude passam por um período de indecisão, um bombardeio de situações adversas, revelam mudanças físicas e psíquicas. Entretanto não é um período só de turbulência, é também a fase que afloram os potenciais da paixão, do amor, da esperança, e despertam a busca pela sua própria identidade. O dia é curto para os sonhos e devaneios. Estes são representados como nos romances e ilusões, navegam como nos belos livros de amor. Nessa fase contraditória ganham energias, disposições para festas, torneios, competições, esportes em geral, radicais ou não, artes, enfim... uma correnteza de emoções, um desejo de liberdade profundo. O segredo é focar o caminho, vencer todos os desafios e obstáculos impostos com coragem dedicação e perseverança.
Adulto: Fase em que as escolhas devem ser definidas, definitivas e completas, escolhas estas que deverão nortear toda uma vida, sejam elas corretas ou não. O tempo é implacável, corre como o vento. Na profissão, há a necessidade da escolha ser precisa, para não causar um dano irreparável no futuro. No casamento o certo pode ser incerto, e o incerto pode ser o certo, um enigma sem pistas. Filhos...ahhh!!!!! é o grande sabor dessa fase, nos proporcionam satisfação pessoal, felicidades e muito amor, mas...crescem tão rapidamente que quando abrimos os olhos, cerrados pela sonho da maternidade, já são adultos também.
A velhice chega, filosofando o passado, prepotente dos conhecimentos alcançados, mas... sem o poder de corrigir ou apagar os erros ao longo da rota percorrida. O prazer da liberdade de expressão, de acúmulo de experiências, a independência, a vivência são os principais bens adquirido. As marcas do tempo revelam a beleza natural da vida, maturidade. É a fase mais cheias de controvérsias, ora nos dá a garantia de missão cumprida, ora nos dá a certeza de que poderíamos ter feito melhor, ora nos dá uma falsa convicção de que ainda há todo o tempo do mundo, voltando ao princípio, fechando o círculo da vida.
6 comentários:
Oi, Maria Helena. Que bonita análise no nosso "passar" por esta vida. O período de velhice é um período interessante. Se, por um lado, temos alegrias pelo dever cumprido, ficam as incertezas sobre o que deixamos de fazer. Mas, de qualquer forma, acredito que, se eu tivesse oportunidade de viver novamente, faria tudo igual... bem só uma coisa eu faria diferente: iria procurar a Nina mais cedo.
Não demore tanto para fazer postagens. Seus escritos são muito bons.
Abração.
JF
Obrigado pela visita.
Tomar conhecimento de uma declaração de amor e carinho pela mulher depois de vários anos juntos é sempre muito bom ouvir. O Toninho tb tem esse dom, faz declarações faladas e escritas(rsrs) que me emocionam sempre.
Vou procurar ser mais presente no blog.
Abração.
Sinto falta das fases passadas. Principalmente, a da adolescência, e a do jovem adulto.
Carlos
O segredo é, lembrar do passado com saudades,mas curtir o presente para não perdê-lo e depositar esperanças no futuro, seja em qualquer idade.
Abração
Maria Helena, adorei teu post e a resposta que deste para o Carlos.
A vida tem que ser assim mesmo, lembrarmos o passado com saudades, não com nostalgia. Vamos curtir o presente!
Tenho passado fora. Primeiro com a filha, que fez uma cirurgia e depois passeando em Natal. Foi ótimo!
Bjim.
Rosamaria
Que saudades!!!!!
Eu tb tenho estado um pouco sumida,
por questões de saúde,mas pretendo voltar. Sinto falta dos amigos blogueiros.
Bjs
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