quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Laços eternos - R E P E T E C O























Minha querida tia Cecília, habilidosa como ninguém, era irmã de minha mãe. Casada com tio Nenê, boiadeiro arretado, filho mais velho de meu avô, era irmão de meu pai. Ela duplamente minha tia, ele também.

Desse laçarote familiar, surgiram duas grandes famílias, famílias grandes com o mesmo sangue, suave e apimentado, doce e azedo, temperamentos alegres e debochados, dos Pinto Guedes e dos Botelho de Souza.

Meus primos-irmãos:

Aprendí a andar de bicicleta, aos 8 anos, com o Zeca, sua paciência e dedicação me fazia sentir segura e protegida. Wilson( falecido) grandalhão risonho, sempre juntos e unidos, um era um a sombra do outro. Tuniquinho o mais novo, vivia as voltas com suas pipas, e o telhado da casa era o seu porto seguro.

Conceição (Sãozinha) a mais velha, foi muito mimada pelo nosso avô paterno, a 1 ª neta. Na morte dele, eu ainda criança, me lembro do desespero e sofrimento dela.
A única que não era Maria.

E é delas, as Marias que eu quero falar.

Maria Aparecida (Maparcida), Maria de Lourdes (Dude), Maria Alice e Maria Luiza (falecida recentemente), eternos laços de sangue e amor.
Quando crianças, jovens e adultas, a alegria sempre foi o ponto alto, aliada a superação, a força de vencer, a força de viver. Batalhadoras, determinadas, criaram filhos, fizeram história

Nas férias de dezembro quando eu aportava no Rio, corria logo que podia à casa da Tia Cecília, matar as saudades. Em volta de uma mesa, repleta de Marias, com mil assuntos em pauta, e uma arruaça constante, fazíamos uma lambança com as deliciosas jacas, frutos em abundância no quintal da casa.
Impossível esquecer, aquele pão suiço quentiiiiiinhio trazido pelo tio Nenê, tinha um sabor especial... ah!!! um punhado de amor.

Certa vez fomos à Paqueta, praia linda, paisagens exuberantes, e lá estávamos nós as Marias, jovens,
reproduzindo as caras e bocas das beldades cinematográficas. Elizabeth Taylor (minha preferida) Rita Hayworth (eterna Gilda), Ava Gardner ( sensual ao extremo) e outras Divas da época. Com chapéus de abas largas, lenços ao vento, perninhas esticadas, e uma vontade além da conta para uma pose sensual, em uma pedra qualquer, esperávamos o click da Kodak.
Ao passar pela ilha de nudismo, o barco pendeu para um lado, curiosidade geral para ver os encantos de Luz Del Fuego e as peladas. As lembranças de um passeio tão encantador, chega a doer.

Mamãe e tia Cecília disputávam um troféu imaginário, porque nossas idades ????? Bem !!!!! Um valsear constante, um de lá e um de cá.

Nossos destinos, ora perto, ora longe sempre se cruzaram. Hoje Maria Aparecida mora em Denver, Colorado, Maria Alice mora em Fort Lauderdale, Flórida, Maria de Lourdes, Porto Alegre, Maria Luiza... a alegria... a felicidade personalizada, mora no Céu, alegrando o pessoal lá de cima.

A internet, age em nosso favor, nos aproxima e nos presenteia, com contatos constantes, entre nossas famílias.

 

domingo, 20 de janeiro de 2008

A raridade
















Hoje , o Toninho e eu, estamos completando 41 anos de casados.

No dia 20 de janeiro de 1967 subimos ao altar, eramos jovens, ele com 24 anos e eu com 22.

Nosso dia foi maravilhoso, como já postei aqui. A escolha da data foi em homenagem à tia Lourdes, que fazia aniversário.

A raridade... é em função do apego, do carinho e do amor que não nos abandonou, das mãos e coração sempre unidos, apesar dos percalços já vividos. Anos de alegrias, de tristezas , de luta, de uma vida cheia de histórias.

Que essa união seja eternamente abençoada por Deus e Nossa Senhora.

domingo, 13 de janeiro de 2008

O Ouro Verde












Embarcar no ouro verde até São Paulo, com destino ao Rio de Janeiro, nas férias de dezembro todos os anos, era uma aventura que até hoje, sinto o momento.

_ A mesinha é miiiinha.
_ Não é não, desta vez é minha.
_A cama de cima vai ser só para mim.
_ Até parece...!!!!??????
_Vamos colher maria pretinha, para jogar na boca dos vendedores de uvas????
_Vaaaaamos!!!!!

Os dias que antecediam a viagem eram um tumulto só, mamãe ficava atordoada. 
Chegada a hora, na estação de Presidente Venceslau o Ouro Verde partia pontualmente, com destino à São Paulo.  Em  Presidente Prudente a baldeação para o vagão dormitório era o momento esperado com ansiedade, entrávamos em um parque de diversões.
Papai comprava duas cabines que tinham comunicação, e um leito separado em outra cabine, porque a quantidade de filhos exigia. Eram beliches com camas largas e confortáveis, mais à vontade, vestíamos os pijamas para não amassar as roupas. Tudo era fuçado, apertado, espionado, não ficava um botão sequer sem a devida fiscalização,  de luz, de ventilação, para cima, para baixo, para os lados, nos detalhes. Era um vai e vem de perninhas subindo e descendo das camas, que só depois de tudo conferido, exaustos, o sono vencia  ao som do patati...patatá...patati...patata.

Era uma festa ir ao vagão restaurante, e papai fazia questão de nos levar. Mamãe ficava com os menores, e os camareiros serviam as refeições na cabine.

As gracinhas do papai eram esperadas e divertidas, mas o medo era constante também. Ele descia em todas as estações e continuava na plataforma mesmo com o trem em movimento para nos impressionar. Todos ficávamos gitados até ele aparecer como se nada tivesse acontecido. Fazia sempre isso, era uma figura.

A apoteose, depois de uma viagem repleta de emoção, era a estação Júlio Prestes, deslumbrante, linda, majestosa. Lembro bem, eu ainda criança a admirava pela gigantesca arquitetura, imponente e bela, nada semelhante em Venceslau.

Ahhh!!!!!! Como era bom viajar no Ouro Verde.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Queridos!!!!!Cheguei!!!!!















O Natal na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, e o Ano Novo no Orla 500, condomínio que pertence ao município de Cabo Frio, mas... peeertiiiiinho de Búzios, era tudo que eu precisava.
São 5 casas lindas dos meus irmãos, para fazer a via sacra, e a procissão, ora em uma casa, ora em outra, seguia alegre em todos os dias da semana.
Somos privilegiados, graças a Deus, mesmo sendo uma família numerosa, a união que minha mãe tanto prezava, é presente entre todos.
Estou feliz, por esse início de ano tão especial e divertido.
Desejo aos meus amigos e leitores, um ano de 2008, próspero, com saúde, feliz e repleto de realizações.

Salve 2008