quarta-feira, 29 de outubro de 2008

E foi assim...











Assistindo TV algumas semanas atrás, creio que até passado um mês, em uma reportagem qualquer, fiquei admirada com a iniciativa de colocarem nos estações do metrô, pianos, para o deleite dos que por lá passavam.

_ Noooossa!!!!!! Se fosse aqui em Campinas, eu tocaria!!!!!!! Na rua... será???? Acho que sim.

A dúvida ficou, a vontade passou, e a reportagem foi esquecida.

Duas semanas depois, não mais do que isso, fui à São Paulo, cidade que encanta e ao mesmo tempo deprime. Encanta, pela energia, vigor, e sofisticação. Deprime... por ter visto do apartamento do meu filho, no 14º andar, um céu sem vida, morto.

Passeando com meu marido no metrô, descemos na estação Santa Cecília...e ele estava lá, O PIANO.

Será??????? Era. Fascinada olhei para ele, ele olhou para mim, sentei, me acomodei e toquei.

Ao terminar "Em algum lugar do passado", música que acho extremamente romântica, fui aplaudida por muita gente, que resolveu parar e me ouvir. Aprovo e agradeço aos organizadores desse projeto, que enaltece e alegra as ruas de São Paulo.
Foi maravilhoso. Pianista...eu não sou, nem tenho esta pretensão, mas bate uma felicidade incrível ao dedilhar algumas canções.

E foi assim...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

SUELI







Roendo as unhas, olhos observadores e assustados, uma timidez aparente, e com uma tia a tiracolo, visitou-nos pela primeira vez. Tinha apenas 16 anos, era pouco mais que uma cirança.

Eu, adulta nos meus 19 anos, e minha família, a recebemos com carinho, por ser a escolhida do meu irmão muito querido.

Creio que a timidez se estendeu assim...assim...no máximo até a 2ª visita.

Seu temperamento peculiar e vocabulário próprio,
" catana/caratcha/ pqp $@*& " logo cativou a família e todos os familiares. Nesses quase 45 anos de convívio, fez do meu irmão um homem realizado e feliz.

O ar de "Tô Carlos, marido", e o dela, era uma mistura única, uma dependência mútua. Um...o vício do outro, uma parceria simbiótica. Uma ciumeira desse marido, que não o deixava se perfurmar, para não ficar ainda mais lindo.

Nessa longa caminhada, todo o trajeto, acompanhei de perto. Os momentos importantes, o nascimento das filhas, dos netos, os deslizes, os prazeres, eu estava lá. Viajávamos sempre, para o Rio, e interior de São Paulo, e o posto de co-piloto, não largava em momento algum.

Na tarde fria do dia 20, até o sol se escondeu, e ela... partiu.

Estava claro que Deus tentava nos poupar, permitindo que se afastasse aos pouquinhos. Todavia, com esperança e reza nós nos agarrávamos àquele fiozinho de vida, que teimava através dos aparelhos permanecer. Lutou com coragem e garra, e suas ultimas palavras, em frases desconexas foi "Marido...Marido..." o ar de sua existência.

Que Deus a acolha em seus braços, minha cunhada e amiga, e nos conforte, por tirá-la tão cedo do nosso convívio, aos 61 anos.

Acredito que, roendo as unhas, olhos assustados, uma timidez aparente, ela chegou aos céus, encontrou Maria Luiza e fizeram uma festa por lá.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Não mais que um palmo.













Lá... pelos meados e finais dos anos 70, era no sitio do meu irmão mais velho José Carlos, alguns km do Rio, as nossas reuniões familiares.

Lugar de uma beleza impar, ao pé da serra de Teresópolis.

Uma placa grande e rústica indicava, " Sítio 3 meninas", Anna Christina, Elysabeth e Adriana, minhas sobrinhas. Naquele recanto único, a felicidade se fazia presente e era contagiante.

Meu pai preparava a "guaiaca pendurada, o facão e o gibão", e embrenhava-se pelas redondezas na garupa do "Triunfo" como nos velhos tempos da Dourada, fazenda do meu avô, onde galhardamente fazia o berrante tremer.

Às noites enluaradas, convidativas, entoava as mais belas canções, ao som do seu violão , com um acompanhamento selecionado, da mulher, filhos, noras, genro, netos e familiares.

Ao recordar esses momentos, as saudades batem tão fortes, que doem.

Não mais que um palmo de profundidade, tinha o riacho, onde estou posaaaando (rsrsr) com ares de Esther Willians, ao lado dos meus filhos Rogério e Ricardo, a Vivinha não saiu nesse foto, mas também estava lá, cumprindo o ritual. Margeado por tabatinga ( lama amarela) e mata fechada, nos proporcionava recreação diferenciada dos clubes. As brincadeiras ficavam por conta do Rogério que cobria todo o corpo com a lama e, assustava a criançada , antecipando Michel Jakcson em "Triller".

Lembranças...lembranças...lembranças...casos de uma vida.