quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nas mãos dos outros.












Por motivos de saúde fiquei fora do ar.
Aqui estou, para contar a minha estada, no Hospital dos Servidores em São Paulo.

A retirada de um pólipo no útero, segunda as médicas, era uma cirurgia simples. Confiei.
De touquinha, camisolão constrangedor, banho tomado, cheirosa, segui pelos corredores, sentada em uma cadeira de rodas, empurrada por uma funcionária.

Na sala cirúrgica, dois anestesistas e duas médicas, preparados, me aguardavam.

_ Se tudo correr bem, voce terá alta ainda hoje, por volta das 16 horas, disse uma delas.

Para eu cair no sono, apenas uma agulhada e um minuto, e ficar totalmente a mercê, daquelas pessoas que mal conhecia. Alí naquela mesa, estava entregue de corpo e alma.

Acordei... nem sei quanto tempo demorou. Ainda sob os efeitos da anestesia, e sendo levada ao quarto, tive conhecimento que só sairia no dia seguinte.

_Como assim??????ainda meio grogue, pensei. Então algo aconteceu de errado.

Atônita e completamente preocupada e irritada por não ter nenhuma explicação, solicitei a presença da médica.

_Não tiramos o pólipo, o seu útero foi perfurado, e achamos por bem ( seguido de uma palavra técnica) não tirá-lo agora, podemos marcar para novembro???? Falou a carniceira, sem nehum constrangimento aparente, ou preocupação com os meus sentimentos. Voce está querendo sair hoje, então... já está com alta, completou.

Oh my Gooood????? Não, eu não estava querendo sair, estava querendo explicações.

Mas...estava liberada. Com medo de uma hemorragia ou outras complicações maiores, e sem saber o que aquilo significava, resolvi não sair, fiquei no hospital.

Engano, a máfia era maior. Um por todos e todos por um, o lema da corja dos servidores. A médica praticara um erro, e o ataque, era a sua grande arma.

Os enfermeiros me trataram a partir daquele momento como se eu fosse um ET, ignorada até a manhã do dia seguinte, resolví jogar a toalha.

_ Estou com alta, qual o procedimento??? Falei para a enfermeira chefe.

Esta, depois de vasculhar uma pasta sobre o balcão, falou:

_ Não tem nada seu aqui!!!! Onde estão as orientações da médica.????? Voce está liberada desde ontem!!!! Porque não foi embora????

_ Orientações?????? Quais?????? Exatamente por isso eu fiquei, por medo de complicações e na espera de satisfações . A princípio se tudo corresse bem, eu sairia, depois não mais, em seguida fui liberada sem conhecimento nehum, sobre o que de fato ocorreu comigo. Sem permitir que eu continuasse, me interrompeu:

_Se a médica deu alta, ela sabe o que faz!!!???

Foi a deixa... naquele momento, contei até dez, cem, mil, a minha vontade era atracar naquele pescocinho, mas...olhei bem fundo nos olhos daquela pessoa, que havia feito uma escolha profissional, de salvar vidas, curar, e sem pestanejar falei:

_ Verdade?????Mesmo????? Ela sabe mesmo???? Sabe tanto... que me furou. Estou errada????

Silêncio total.

Não tinha mais nada a fazer alí, peguei minha malinha, dei a mão para o Toninho, e deixei aquela ala do hospital, sem olhar para trás.

6 comentários:

J.F. disse...

Maria Helena, que coisa lamentável! Infelizmente, existem médicos e "médicos". Estou aqui, na torcida, para que você resolva e se livre desse problema o mais cedo possível.
Lá no meu blog, você comentou que ando com a agenda lotada. É verdade! Com a minha aposentadoria e a da Nina, mais a diminuição drástica do trabalho (não dá para parar, aposentadoria do INSS não permite!), e a mudança para o sítio, em Itatiba/SP, ficamos com bastante tempo para dedicar ao antigo hobby da orquidofilia, ao canto, enfim, a tudo o que gostamos de fazer e que não tínhamos tempo. Em outubro estaremos na exposição de Registro/SP e, em novembro (ainda precisamos decidir) será Joinville ou Belo Horizonte. E o mais gostoso dessas exposições de orquídeas é poder encontrar com amigos do Brasil inteiro.
Abração.

Maria Helena disse...

jf
É... temos que lamentar mesmo a falta de sensibilidade, de profissionalismo desse povo da saúde. Esquecem que um erro, pode causar um dano irreparável em um ser humano.
Quanto a sua dedicação, e da sua mulher com as orquídeas, flor tão bela e delicada, demonstra, as pessoas sensíveis e bonitas que são.Parabéns.
Abração.

Magui disse...

Às vezes não foi ela que perfurou seu útero mas o pólipo.Se eu fosse vc ia em outro médico.

Maria Helena disse...

Magui,
Foi ela, dito por ela mesma, mas só, sem mais nenhuma explicação.
Já fui em outra,a minha de alguns anos,que solicitou uns exames por exigência minha. Na verdade, não querem se envolver.
Bjs

Rosamaria disse...

Que loucura, Maria Helena! A gente vê cada uma! Eu estou fazendo fisioterapia no pé (ainda nem começei no braço) e fico sabendo de horrores que acontecem nos hospitais daqui. Meu pé está defeituoso, o médico quer que eu fique na cadeira de rodas, o que pra mim é impossível, tudo pelo erro da médica que me atendeu no dia do acidente.

Espero que estejas bem, não sabia de nada, pois há dias não vinha aqui.
Bjim.

Maria Helena disse...

Rosamaria,
É uma loucura mesmo.Nossas vidas a mercê desse povo.
Sinto muito que vc tb,tenha passado
pelas mãos desses incompetentes.
Espero que vc se restabeleça o mais rápido possíve, sem sequelas, para curtir com saúde a sua vida.
Vc disse, acidente????? eu não estava sabendo disso, não.
Bjks