quarta-feira, 27 de julho de 2011

Compatibilidade de amor















Trinta e oito anos depois...esse bebê salvou a vida dessa gatinha.


Foi um choque para a família quando minha filha teve conhecimento da necessidade de um transplante de rim. Fomos pegos de surpresa e pouco tempo tivemos para pensar e chorar, dada a necessidade e a urgência do fato. Atordoados e amendrontados iniciamos os exames. O único, entre meu marido, meu filho Rogério e eu, a possuir o mesmo sangue O+ foi o Ricardo, que mandou via internet à ela o resultado do seu exame como presente.

A noticia de que um dos irmãos poderia ser o doador, foi para mim uma mistura de sentimentos, se de um lado iríamos evitar a sofrida lista de espera por um rim, lista esta de longa duração, do outro, era mais um filho que iria para a mesa de operação. Entretanto era a vida dela que corria risco, não podíamos parar para pensar. Foram meses de angústia e sofrimento.

Entre o Ricardo e a Vivinha, meu filho caçula e minha filha mais velha, existe um elo de amor muito forte desde sempre. Assim com todo esse amor, ele que fugia de uma simples injeção, iria com absoluta coragem submeter a uma cirurgia tão séria. Entretato segundo os médicos a compatibilidade entre eles era de apenas 25%, o que nos deixou apavorados, mas assim mesmos os exames continuaram, por falta de um outro doador. Mas... a certeza de uma compatibilidade de amor entre eles me dava garantias e esperanças, de que tudo ia correr bem.

Começou então a partir de novembro de 2010 uma maratona mensal ao hospital do Rim em São Paulo até o dia 28/06 data para a cirurgia.

Nesse dia, chegada a hora, fiquei à mercê de Deus e Nossa Senhora. Foram momentos de muito medo com o coração aos pedaços, somente a fé, me deu energia para aguentar. O dia foi incrivelmente longo as horas não passavam, a aflição era enorme com a falta de informações.A noite quando eu os ví sãos e salvos na sala de recuperação, foi um momento único, um sentimento de graça alcançada, de gratidão por todos que se uniram à nossa dor e rezaram conosco.

A recuperação do Ricardo foi rápida e perfeita, ainda sente dor mas já acostumou com ela.Contaram que antes da cirurgia deitados lado a lado, deram as mãos e viram um outro casal mãe e filho também de mãos dadas, aguardando o momento da cirurgia. Momento de emoção carregado de medo.

Passados alguns dias houve uma complicação e a Vivinha precisou voltar a operar para corrigir uma fístula urinária, sabe lá Deus o que que isso significa, mas cá com meus botões acredito em um deslize médico durante a cirurgia do transplante. Novamente a fé e a graça espiritual estiveram presente e tudo foi resolvido com perfeição, agora ela já está em casa, na verdade no apartamento do Ricardo em São Paulo, apesar de recente essa nova intervenção cirúrgica, ela está sem dor e muito bem. Passou... tudo foi de acordo com a vontade de Deus. Estamos felizes e agradecidos.
O Ricardo salvou a vida da Vivinha, é com muita emoção e orgulho que dedico esse "post" a ele.